O que é 1,5oC que está sendo discutido na reunião do clima
- Jean De Paola

- 22 de abr. de 2021
- 3 min de leitura
Joe Biden assim que assumiu a presidência dos Estados Unidos propôs várias mudanças, com relação ao clima, essas mudanças foram tão específicas que a mídia comum não noticiou sobrando para uma revista científica, a Scientific American, trazer a informação de maneira mais explicada ao público, há um texto neste mesmo blog sobre esse tema https://www.jeandepaola.com/post/joe-biden-e-as-novas-pol%C3%ADticas-de-mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas.
Agora Biden convida os mandatários de 40 países para se reunirem e se comprometerem a frearem a elevação da temperatura da Terra.
O clima na Terra é formado por vários fatores como, por exemplo, os movimentos da Terra(translação, rotação, precessão,...), como a superfície da Terra reflete a energia solar que chega até nós (albedo), ventos (como aqueles que trouxeram os descobridores até as Américas), o movimento das águas dos oceanos( as correntes oceânicas funcionam como um radiador da Terra, trocando calor entre as regiões quentes e frias, elas ajudaram a trazer Amyr Klink da África até as costas da Bahia) e é claro, o sol(que a cada 11 anos apresenta um comportamento anômalo).
Todos esses fatores trabalham isoladamente e afetam o clima do nosso planeta.
O que se tem ao longo de milhares de anos é a temperatura do planeta mudando de maneira quase cíclica, em períodos de, aproximadamente, 100.000 anos. Dois
gases presentes na atmosfera acompanham a mudança de temperatura apresentando ciclos da maneiras semelhantes.
Para ficar mais clara a explicação acompanhe o gráfico abaixo, que corresponde apenas a concentração de CO2 (gás carbônico) na atmosfera ao longo dos últimos 400.000 anos. No eixo das abcissas, o zero do gráfico foi marcado no ano 1950, e todas as variações na atmosfera ocorreram para trás na linha do tempo. No eixo das ordenadas está a concentração de carbono em partes por milhão na atmosfera. A concentração de gás carbônico na atmosfera foi medida fazendo análise química nas bolhas de ar presas no gelo da Antártica. Se você viu aquele filme, O dia depois de amanhã, ele começa com uma equipe de pesquisadores retirando uma coluna vertical de gelo. Nesta coluna conforme se afasta do topo e vai-se para baixo, mais para trás no tempo se analisa, as bolhas de ar que ficaram aprisionadas no gelo guardam a atmosfera de vários séculos.

O que se observa na curva do gráfico é que há 4 ciclos onde a atmosfera do planeta ficou mais rica em gás carbônico.
Quando se amplia os dados no mesmo gráfico, colocando a temperatura média do planeta e a concentração de CH4 (gás metano) na atmosfera ocorre uma concordância entre as três curvas. Quando ocorre um aumento das concentrações de metano e de gás carbônico a temperatura média do planeta, ou a curva da temperatura, acompanha.

Assim, há uma relação clara entre a concentração de gases de efeito estufa e a temperatura da Terra. Quanto maior a concentração desses gases maior é a temperatura média do planeta. A temperatura média da Terra é, por volta, 14oC, e no gráfico acima aparece no eixo à direita como temperatura relativa 0oC(zero). O eixo do tempo começa em zero para 1950 e em zero para a temperatura média, qualquer flutuação da temperatura com respeito aos gases (de efeito) estufa será em relação e este marco.
Como estamos no limiar da maior concentração de CO2 dos últimos, pelo menos, 400.000 anos no planeta estamos também no limiar de termos temperaturas elevadas. Na última década foram registradas as maiores médias de temperaturas históricas, mas que como pode ser visto nos gráficos, uma década não têm significado neste tipo de análise de dados de centenas de milhares de anos.
O acordo climático que está em vias de ser assinado entre as nações então, quando se refere a temperatura, reflete a preocupação de termos as maiores temperaturas já registradas durante séculos e assim não sabermos claramente quais serão as consequências, como por exemplo o aumento do nível das águas dos oceanos. O acordo se refere a temperatura média da Terra, aos 14oC, aos participantes do acordo se comprometerem a não deixar a temperatura média do planeta se elevar 1,5oC.
O caminho para isso é diminuir a emissão de gases de efeito estufa.



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